Capa | Revista 01 | Revista 02 | Revista 03 | Revista 04 | Revista 05

MENU


Editorial

Educar Sempre

- A Minha Escola -

Optimistas Sempre

Prioridades grupo 410

Reflexão2010/11

Educação Patrimonial

Contibuto das TIC

Um olhar .. Insucesso

Escola com Passado...

Bibliotecas Digitais

 

Crónicas de Aprender

Entrevista

Notícias

Cartoon


 


 

 

O contributo formativo das TIC

Joaquim Frias
Agrupamento de Escolas N.º 2 de Elvas

Sou professor de Informática e por isso tenho a responsabilidade de fazer o melhor no âmbito das novas tecnologias. Porém, prezo o gosto pelo conhecimento e valorizo o salutar debate de ideais, valores e ideais que me foram incutidos num tempo em que a exigência, os princípios e a educação eram mais rigorosos.

A escola onde me encontro, desde os funcionários aos colegas, acolheu-me com um sorriso e uma simpatia tão importantes a um professor que experimenta anualmente as consequências de ser saltimbanco em paragens desconhecidas. A simplicidade e a eficiência dos elementos da Direcção que, nas diversas situações souberam, sempre com boa disposição, encorajar-me nas actividades escolares e extra-escolares, bom como o meu Departamento de Matemática e Ciências Experimentais, que apoiou sempre o mais novato nestas andanças, mitigaram a ausência da família e a nostalgia da distância.

Também dos colegas, em geral, senti estímulo e solidariedade. Não é fácil realizar a tarefa de motivar grupos de alunos habituados ao entretenimento televisivo e à internet, nas suas múltiplas vertentes, para uma atitude de predisposição para o saber e de questionamento de rotinas interiorizadas, mas nem sempre saudáveis. Porém, tem valido a pena.

Para além da abordagem aos conteúdos programáticos, tem sido minha preocupação incutir nos meus alunos uma atitude reflexiva e questionadora perante a vida. Interessa-me, pois, que eles usem as ferramentas que o progresso pôs à sua disposição de forma crítica e criteriosa. E, não tendo conseguido um sucesso esmagador neste meu propósito, posso assegurar que alguns passos importantes foram dados nesta matéria.

Um dos problemas que encontrei ao chegar à escola foi deparar-me com a má utilização da internet, sobretudo na forma como é feita a pesquisa.

Um aluno a quem foi pedido que fizesse um trabalho sobre memória do computador, entregou-me o seguinte texto: “A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial)”.

O aluno limitou-se a escrever "memória", clicou e copiou uma das primeiras referências indexadas na primeira página do Google. Não é assim que se faz pesquisa na Internet. Pesquisar na Internet exige um trabalho muito rigoroso e até complexo. É difícil, mas pode ensinar-se.

Depois de me deparar com tais problemas, fui incutindo nos alunos regras para fazerem as suas pesquisas. Alertei-os para a necessidade de confirmar sempre se a fonte de informação é credível, para uma utilização adequada da informação pesquisada e para a comparação com vários sites. Assim, ficaram a perceber a importância da análise das fontes de informação e principalmente da sua qualidade.

As consequências benéficas desta prática pedagógica já se fazem sentir, pois esta atitude crítica tem repercussões em todas as restantes áreas do saber. E há colegas que já se aperceberam dela. Este é, na minha opinião, o caminho a seguir.