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Anualização/Uniformização
Carmen Almeida
Santos O processo de efetivação dos Novos Programas chega finalmente a todas as escolas, após um período de formação que envolveu grande parte dos docentes de português. A mobilização para este projeto decorreu de forma expectante, embora reunisse um misto de teorias que convergiu no aprofundar ainda mais dos prós e dos contras. Basicamente o essencial a retirar desta dinâmica é, sem dúvida, todo o envolvimento que mobilizou durante dois anos os professores de português. A experiência da formação não se restringiu a um trabalho teórico, mas ultrapassou, em meu entender, o manuseamento teórico para se materializar nos testemunhos dos seus mentores. O contacto com as linhas temáticas estruturantes e a partilha in loco de posições, aquando da apresentação dos Guiões constituíram, por excelência, testemunhos válidos na constante aprendizagem da nossa prática letiva. O conceito de “anualização” e toda a articulação em torno da sua uniformização, o princípio de progressão defendido, a perspetiva de ciclo e a elaboração de uma matriz comum, mobilizando em simultâneo conhecimentos linguísticos, literários e didáticos, determinou uma nova estruturação curricular dos Programas de Português. Não esquecendo que para a sua implementação, foram determinantes os momentos de trabalho cooperativo, um trabalho de equipa sistemático e organizado no cumprimento de orientações coordenadas em construir instrumentos válidos para o tratamento de diferentes temáticas, na tentativa de se problematizarem situações de operacionalização e testagem na prossecução de atividades. O princípio de coerência e sequencialidade, entre os diferentes níveis de ensino, consta de propostas de Anualizações das Competências linguístico-comunicativas: compreensão oral, expressão oral, leitura, escrita e conhecimento explícito da língua. Este processo contínuo determinou a construção de atividades, orientadas para as competências específicas, explanadas no Currículo Nacional do Ensino Básico e implicou a seleção de linhas orientadoras na organização de momentos de aprendizagem, com vista à obtenção de sucessivas situações didáticas. Por isso, convém enfatizar esse espírito de manipulação intencional de saberes que irão impulsionar um alargar de competências. Definiram-se, desta forma, os alicerces dos novos Programas de Português do Ensino Básico, cabendo agora aos professores o papel de os testar e desenvolverem todo um trabalho com os alunos e entre eles, no sentido de as expectativas criadas, em torno deste projecto, se tornem realidade e que a aprendizagem do português seja cada vez mais uma constante no seu universo de saberes.
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