PROFFORMA

REVISTA ONLINE DO CENTRO DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES DO NORDESTE ALENTEJANO

 

 

 

 

 

 

Disciplina de projeto nos currículos do ensino básico e secundário no Agrupamento de Escolas do Bonfim
Desenvolvimento de competências empreendedoras em territórios de baixa densidade

Paulo Matos
Agrupamento de Escolas do Bonfim

 O contexto

Quem lê este título, não deixará de revisitar um outro tempo, uma outra “reforma” curricular e provavelmente concluir que este artigo procura resgatar uma visão revivalista de opções curriculares onde a Área do Projeto e o Estudo Acompanhado tiveram espaço e tempo no currículo do ensino básico. À semelhança de tantas outras “políticas educativas”, estas tiveram uma origem abrupta e um preceito de morte anunciada sem as devidas exéquias. Não é nosso propósito esgrimir argumentos de doutrinas educativas ou expor o devir dos ciclos políticos que resultaram num precário pensamento crítico e incapacidade de a escola se reinventar.

Mas o tempo atual da escola é outro e, mais uma vez, a escola confronta-se com um outro cenário em que parte do guião pode ser escrito pelas escolas.

O Agrupamento de Escolas do Bonfim não foge ao padrão de tantas outras escolas públicas, assumindo aqui e ali papéis mais ou menos em linha com a autonomia que a flexibilização do currículo veio dar. Nesta peça, a nossa cena chama-se Projeto. Uma reposição de uma peça eventualmente inacabada, trazida a palco pelos mesmos encenadores, agora mais “maduros” e protagonizada por outros atores com um perfil  de entrada altamente desafiante.

Não é nosso propósito abordar exaustivamente os argumentos que nos levam a propor a introdução da “disciplina de projeto” em todos os ciclos da escolaridade. Esse enquadramento, sustentado em políticas europeias, nacionais, regionais, no que respeita às áreas educativas, juventude, empreendedorismo, em territórios de baixa densidade, está inscrito num documento  de trabalho intitulado Ecossistema Empreendedor das Comunidades Educativas do Alto Alentejo - contributos para a sua implementação” já apresentado a vários parceiros considerados estratégicos.

 Mas talvez seja importante retratar em algumas pinceladas um cenário rico em documentos de diagnóstico, estudos e visões estratégicas, mas parco em planos de ação concertados, que traduzam essas intenções de forma clara e sustentável. Foi neste contexto que entendemos ser ambiciosos e propor uma abordagem holística e integrada de dinâmicas pedagógicas, sustentadas em metodologias centradas sobretudo no desenvolvimento de competências que, não só dessem resposta ao Perfil do Aluno à saída da escolaridade obrigatória, mas que contribuíssem sobretudo  para a capacitação de ativos que queremos e devemos fixar na região.

Esta proposta é também fruto de um novo contexto de alterações curriculares, consubstanciado nas propostas de flexibilidade e autonomia, mas também por se entender que a  escola, mais cedo ou mais tarde, terá  que assumir um papel estruturante na capacitação, competitividade e sustentabilidade das suas comunidades, sobretudo em territórios de baixa densidade, onde o grande desafio da formação passa por combater as desigualdades por meio de estratégias territoriais de desenvolvimento.

 Quem conhece os números migratórios do interior para os grande centros e destes para fora do país, fica com a clara perceção da incapacidade em agir local, regional e até ao nível  nacional,  sobre este êxodo hemorrágico de recursos humanos, fundamentais para a sustentabilidade da região.

Como se isto não fosse já alarmante o suficiente, ficamos com a perceção que é quase inexistente a concertação de ações de apoio à juventude, ao empreendedorismo e à empregabilidade na perspetiva de promover a sua fixação à região.

O estudo feito pelo Observatório Permanente da Juventude concluiu que 90% dos municípios não têm planos de apoio à juventude, com reflexos negativos na capacitação e fixação desta ao seu território.

Esta matéria também não é uma clara prioridade das escolas, sobretudo aquelas que têm  uma oferta formativa de nível secundário, com dupla certificação. Talvez se entenda que a expressão máxima do sucesso de uma escola seja  a capacidade de ter o maior número de  alunos, com médias altas, dando-lhes maiores possibilidades de acesso ao ensino superior. As escolas foram conduzidas a agir neste sentido, e isso é perfeitamente legítimo, mas resultou num desprezo pela grande maioria que não consegue, não pode ou não quer seguir para o ensino superior. E isso criou uma zona cinzenta, onde deambulam jovens sem competências ajustadas a enfrentar um território que aparentemente não está preocupado, nem preparado para os fixar.

Pode-se sempre alegar que as ações de promoção do sucesso educativo ou outros programas de apoio à educação, desenvolvidos pelas escolas e municípios, contribuem para contrariar este cenário. De facto promovem o sucesso, mas articulam-se em torno do que nos parece ser essencial? Poderá um município, uma escola ou uma política indireta combater este grande êxodo? Achamos que não será o suficiente! Nem sabemos se uma concertação de vários municípios o poderá fazer, porque simplesmente não sentimos que isso seja uma efetiva prioridade.

Neste cenário poderíamos fazer duas coisas. Resignarmo-nos, manifestando um contínuo de lamúrias, imputando-as  à incapacidade da região, dos nossos dirigentes e até de nós próprios em contrariar esta aparente inevitabilidade, ou, então, sair desta zona de conforto e procurar agir neste novo palco, onde certas cenas podem e devem ser conduzidas por nós.

Não é uma proposta nova, nem sequer é nossa. É sobretudo a apropriação consentida de uma estratégia de sucesso, assumida por parceiros, com os quais fomos trocando inquietações e que convictamente entendemos ser um contributo do setor da educação para melhor preparar as nossas crianças/ jovens em contextos de baixa densidade populacional.

Não sendo para já esse o entendimento da comunidade, propomos assim fazer o “nosso” caminho, num contexto mais “controlável”, assumindo-o assim como um projeto de escolas. Não foi, não é e não será fácil trilhar este caminho, porque no Agrupamento de Escolas do Bonfim existem diferentes convicções e motivações, mas há sobretudo liberdade e margem para as expor, e isso é saudável e positivo.

Segundo Erik Erikson crianças/jovens procuram iniciativas, como forma de perceberem/aprenderem a dominar o mundo que os rodeia, cada um no seu tempo, querendo começar e concluir as suas próprias ações com o propósito da experimentação dos seus limites. Como refere o Comendador Rui Nabeiro “ Do sonho do Homem, nasce a vontade de criar. Esse sonho cresce e a visão turva fica cada vez mais nítida.(...) Por um instante… ao longe, no fundo do seu pensamento criativo, eis que se clarifica a imagem da sua vontade. A ideia brilha dentro de si, tanto, que já não cabe aqui!

Foi esta linha de pensamento, que tendo por apoio o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, homologada pelo despacho nº 6478/2017, de 26 de julho, bem como a  Flexibilização do Currículo, através do Decreto-lei nº 55/2018 de 6 de julho e o estudo desenvolvido pela Education to Employment: Getting Europe’s Youth into Work, realizado em vários países da europa, incluindo Portugal,  que ao apontar na formação dos jovens a falta de competências ao nível da comunicação verbal e escrita, trabalho em equipa, resolução de problemas, liderança, iniciativa, flexibilidade/adaptabilidade, entusiasmo, planeamento, determinação e assertividade, visão de futuro, assunção de riscos, resiliência, curiosidade científica, entre outras, que nos incentivou, a oferecer uma visão de como podemos na nossa comunidade escolar, desafiar consciências, das necessidades de ajustes na diversidade dos modelos pedagógicos e organizativos. 

Contudo, já em 2000, na Estratégia de Lisboa, os países da União Europeia salientavam que para o desenvolvimento deste espaço comunitário, a aposta deveria passar pelo conhecimento, marcado por (...) dinâmicas ativas e competitivas, atentas às dimensões sociais da sustentabilidade (...) enfatizando a formação e qualificação dos cidadãos (...) sendo as competências empreendedoras, enquadradas nas competências essenciais para a aprendizagem, (...); competências empreendedoras que estão inscritas no perfil do aluno quando completar a escolaridade obrigatória,  fornecendo  base para um processo de aprendizagem contínua ao longo da vida.  A premissa anterior é corroborado por um estudo referente à   análise social da Europa, datado de 2017, onde  é  referido que “ (...) entre os fatores que irão, cada vez mais, determinar a evolução das nossas sociedades e economias, encontram-se a educação e as competências “.

Um desenho curricular poderá concretizar-se através de uma ou múltiplas abordagens, em função das especificidades ou escolhas de cada escola. Mais do que a sua alteração no currículo, importa garantir que o processo seja o mais estável e sustentável possível, permitindo que todos os alunos, em diferentes momentos da escolaridade, contactem com aprendizagens ativas e significativas no desenvolvimento das suas competências.

É neste quadro de ajustamentos que apresentamos a estrutura curricular abaixo indicada, visando  sobretudo dotar a escola com instrumentos suficientemente flexíveis e autónomos, numa perspetiva introdutória, de dinâmicas pedagógicas  que reforcem e privilegiem os processos  conducentes a uma cultura favorável de aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de atitudes, por parte dos alunos.  

NÍVEL

ANO

DISCIPLINA

CONTEXTO

PRÉ ESCOLAR

 

Transversal

Tendo em conta a natureza globalizante das áreas de formação, desenvolvidas através de atividades experimentais e cooperativas, enquadradas em situações e problemas relacionados com o quotidiano das crianças, envolvendo a comunidade no propósito de estimular a criatividade, livre expressão e a integração dos saberes, o PROJETO acaba por ser a natureza da própria ação pedagógica neste nível etário.

1.º CICLO

4.º

PROJETO

Oferta Complementar.

2.º CICLO

6.º

PROJETO

Oferta Complementar.

3.º CICLO

9.º

PROJETO

Oferta Complementar.

SECUNDÁRIO

C.Humanísticos

12.º

PROJETO

Disciplina de opção.

SECUNDÁRIO

Profissionais

3 anos

PROJETO

Oferta de Escola.

Modelo pedagógico que incide sobretudo no domínio pessoal, modelos mentais, visão partilhada, aprendizagem em equipa e pensamento sistémico.

A introdução da disciplina denominada de “PROJETO”, inspirada em pedagogias empreendedoras (1) e privilegiando sobretudo metodologias de projeto, deverá ser transversal  a todos os ciclos, com currículo próprio, estruturada sobretudo em torno da aquisição de competências inscritas no documento do perfil do aluno. Uma disciplina suficientemente aberta ao desenvolvimento de temas consensualizados e pertinentes num quadro de implementação do projeto educativo.

É sobretudo assumir um caminho, um modelo de abordagem à flexibilização curricular, materializado num tempo e modo de valorização de   competências, de acordo com o seu nível de escolaridade.

As atividades desenvolvidas e reconhecidas, mais do que um produto, privilegiam os processos que visam o desenvolvimento de determinados saberes, como o de “  pesquisa, avaliação, reflexão, mobilização crítica e autónoma de informação, com vista à resolução de problemas e ao reforço da sua autoestima e bem-estar”, assentes em dinâmicas de (...) “trabalho de projeto e no desenvolvimento de experiências de comunicação e expressão nas modalidades oral, escrita, visual e multimodal, valorizando o papel dos alunos enquanto autores, proporcionando-lhes situações de aprendizagens significativas”, que na teoria de David Ausubel, se traduz pelo  processo “por  meio do qual uma nova informação, se relaciona, de maneira  substantiva e não arbitrária, a um aspeto relevante da estrutura de conhecimento do aluno” , num quadro sustentável e equitativo, através do qual, todos, em vários momentos da sua escolaridade, deverão ser desafiados a concretizar.

A opção que apresentamos é, no nosso entendimento, a que poderá responder aos desafios colocados à Escola, olhando especialmente para o nosso contexto e necessidades regionais. Os objetivos são distintos da restante matriz curricular, mas não opostos; na verdade são definidos e praticados como complementares e supletivos. Complementares no plano dos conteúdos instrucionais e formativos, e supletivos no plano da organização temporal.  Deste modo falamos de uma escola flexível, dúctil, assente na liberdade de aprender, onde o “desenvolvimento humano da criança ou jovem se desenrola de forma gratificante numa atmosfera de alegria e autonomia do ser”.

Perspetivamos um sentido evolutivo desta abordagem metodológica ao longo da escolaridade dos nossos alunos, disseminando uma cultura empreendedora de sentido lato, atribuindo ao “indivíduo a capacidade de transformar ideias em ações”.

Essas preocupações sobre a promoção de habilidades empreendedoras, sentimo-las quando trabalhamos com alunos da via profissionalizante ou participamos em atividades extracurriculares, nas quais valorizamos o esforço, o processo e o resultado individual ou coletivo, a base é  “ ensinar a pescar sem colocar o isco pela própria pessoa”, assumindo a necessidade da transição de abordagens centradas no professor , para abordagens ativas centradas nos alunos. Foi necessário mudar a orientação restritiva de uma prática pedagógica limitada ao conteúdo declarativo e rotineiro, em direção a uma prática mais flexível, que requer estratégias pedagógicas efetivas que desafiem e capacitem os alunos a desenvolver competências transversais, bem como a expandir os seus conhecimentos sobre os conteúdos. O “empreendedorismo através da educação”, como refere Fernando Rebola (2016), da nossa experiência enquanto docentes, transporta todas as competências anteriormente referidas, desenvolvendo ainda a capacidade de planear e gerir projetos para atingir objetivos; transforma-se numa habilidade útil em geral, para os alunos, “nas suas vidas diárias, na sociedade e mais tarde no meio profissional, porque os torna capazes de identificar necessidades, aproveitar oportunidades, adaptar-se a novos desafios, ser confiantes e independentes” (McCoshan, 2010).

 No gradual e crescente desenvolvimento da metodologia projeto, surgiu a necessidade de alicerçar e tornar mais consistente todo o know-how adquirido até então, considerando que a criação de uma rede de colaboração, partilha e de desenvolvimento de estratégias comuns, promovia e valorizava um território interior, tornando-o mais colaborativo e conetado, na implementação de uma  cultura empreendedora e de práticas inovadoras de capacitação de crianças e jovens na região do Alto Alentejo, num percurso que inclui o ensino Superior Politécnico. Surge então, o projeto[1]Ecossistema Empreendedor das Comunidades Educativas do Alto Alentejo

com o estabelecimento de compromissos sustentáveis no tempo, suportados por parcerias institucionais e empresariais; bem acolhido por uns, menos valorizado por outros, cedo percebemos, que cada um quis fazer o seu caminho. A filosofia de redes de partilha subjacente ao ecossistema empreendedor, não passou de uma forma visionária, de valorizar o Alto Alentejo, como uma comunidade educativa empreendedora…., faltou a visão  da intermunicipalidade.

Mas não desistimos, continuamos  a fazer uso da razão, depreendendo que    “ a melhor forma de prever o futuro é construí-lo” (Peter Drucker); é uma frase otimista…..mas se pensarmos nela com mais cuidado veremos que cada um de nós, à sua maneira, procura mudar o seu futuro, o seu mundo, então vamos fazer o caminho no nosso agrupamento, em prol do sucesso dos nossos alunos.

Um projeto desta natureza implica necessariamente criar condições de concretização através da alocação de recursos humanos, financeiros e materiais. Nesta perspetiva, as escolas devem identificar recursos humanos e a atribuição do respetivo tempo necessário à operacionalização de projeto, criar espaços adequados às dinâmicas pedagógicas e, dotá-los dos recursos materiais para a sua concretização, quer em sala de aula,  quer em mostras internas ou externas (feiras/exposições/seminários regionais). Com esse objetivo, deve-se procurar nos parceiros externos, apoio logísticos e de financiamento e caminhar para a criação dos laboratórios de aprendizagem.

Assim, o agrupamento de Escolas do Bonfim, tendo presente a dinâmica inerente ao desenvolvimento do seu projeto, procurou os stakeholder que podiam ajudar na consecução do mesmo e,  estabeleceu  as suas  parcerias com o CEFOPNA e Associação Coração Delta, através do Centro Educacional Alice Nabeiro(CEAN), iniciando a sua ação com a promoção de um ciclo formativo  em empreendedorismo,  direcionado para crianças dos 3 aos 12 anos de idade, cujo objetivo é promover a apropriação social da cultura empreendedora a partir do pré-escolar e dos alunos do 1.º e 2.º ciclos. Pretende-se contribuir para que as crianças transformem ideias em ações, criando condições para que desenvolvam capacidades de comunicação, com crescente clareza e organização, de forma a construírem narrativas e protótipos, que testemunhem os seus interesses,  criando valor, assumindo o protagonistas da sua própria história académica e o seu  papel, interventivo nas comunidades locais. Uma das características que diferencia este projeto, é a interseção das crianças na formação dos professores, construindo as atitudes e habilidades empreendedoras de forma compartilhada.

Chegados ao fim do ano, vamos partilhar o que fizemos de diferente!

Vamos ouvir os  grandes autores da mudança, a partir do seu “palmo e meio” de altura, a apresentar o seu pitch!

Um empreendedor é alguém que procura sempre a mudança, responde-lhe e explora-a como uma oportunidade

Peter Drucker

O Ecossistema Empreendedor das Comunidades Educativas do Alto Alentejo e os Laboratórios de Aprendizagem são vontades e necessidades manifestas, de quem tem o papel fundamental na identificação, inspiração e formação de crianças/jovens, que podem contribuir para a transformação social da região. A oferta equilibrada do envolvimento das comunidades educativas e locais, depende em grande parte da visão estratégica dos seus decisores políticos. Os Presidentes de Câmaras Municipais e os Diretores de Escolas /Agrupamento de Escolas são centrais no assumir desta visão estratégica e na tomada de decisão. Os primeiros, enquanto intérpretes das necessidades do território e do conhecimento das suas comunidades locais, os segundos enquanto entidades conhecedoras dos modelos orgânicos de capacitação de recursos humanos. No entanto, a área da educação e qualificação é, sem dúvida, onde esse consenso, articulação, cooperação e a visão estratégica, deverá estar para além de cada escola ou autarquia, sobretudo em regiões de baixa densidade.

As pessoas necessitam de acreditar no seu território e na capacidade dos seus líderes em tomarem decisões que sustentem o futuro desta região. Parafraseando o senhor Comendador Rui Nabeiro, sobre as nossas gentes, é necessário dar-lhes as infraestruturas, abrir-lhes os horizontes para que sejam uma mais valia para si, para as suas famílias e para a região.

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Agrupamento de Escolas do Bonfim - Portalegre

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[1] Designação  utilizado por Manuel Belo, PROFORMA N.º23 - CEFOPNA, JUNHO 2018)