PROFFORMA

REVISTA ONLINE DO CENTRO DE FORMAÇÃO
DE PROFESSORES DO NORDESTE ALENTEJANO

 

 

 

 

 

 

Narrativas...

Luísa Moreira
CEFOPNA

Neste espaço onde, desde o início da Revista PROFFORMA, queremos apresentar memórias, recordações, episódios vividos na Escola, por professores e/ou alunos, neste número decidimos abrir uma exceção. Porque é Natal, decidimos oferecer aos leitores duas experiências, duas situações vividas nas Escolas que, entre um sorriso, poderão (desejamos), provocar alguma reflexão:

Narrativa 1.

“Numa escola portuguesa, uma escola possível em qualquer lugar de Portugal, um professor de primeiro ciclo, terceiro ano, pediu aos seus alunos que escrevessem um texto narrativo, uma história, sobre um animal à sua escolha. Uma menina, cuidadosamente, escreveu o seu texto: - “Era uma vez uma galinha azul que punha ovos verdes. A galinha (…)” O professor aceitou o texto e chamou a aluna: - Tens de refazer o teu texto, (vamos chamar Rita, a esta menina), Rita.

Surpreendida, a Rita quis o porquê. Porque não há galinhas azuis e, menos ainda, ovos verdes!

A Rita voltou ao seu lugar, afiou o lápis e, cuidadosamente, voltou a escrever. Pouco depois, devolveu o texto ao professor. Dizia assim: -“Era uma vez uma galinha, que não era azul porque o professor não deixa, e que não punha ovos verdes porque o professor não gosta (…)”

As Ritas, às vezes, têm muita imaginação!”

Narrativa 2.

“Num jardim de infância, no interior deste país que não é só de praia, a educadora distribuiu uma grande folha a cada menino e sugeriu que desenhassem o que quisessem. Todos se empenharam nos seus desenhos.

Uma menina, habitualmente alheada do trabalho do grupo, já alvo da atenção especial da educadora, foi para um canto e concentrou-se na sua tarefa. Curiosa, a educadora aproximou-se e perguntou: - O que estás a desenhar?

Sem tirar os olhos do papel, a menina respondeu: - Estou a fazer o retrato de Deus.

A educadora, surpreendida, disse: - Mas ninguém sabe como é Deus, nunca ninguém o viu.

Sorrindo, a menina afirmou, decidida e sem hesitar: - Não te preocupes. Em breve, todos vão saber como ele é!”

Narrativa 3.

Um professor estava a trabalhar com um aluno alegadamente com dificuldades de aprendizagem. Menino de 14 anos, parecia viver alheado do mundo em geral, da escola em particular. Nessa manhã, o professor tinha levado o jornal desportivo e colocara-o em cima da sua secretária. O rapaz, ao entrar, olhou com interesse o jornal e folheou-o. Imediatamente o professor pensou em rentabilizar aquele interesse e disse: - Olha, esse jornal tem dez páginas, vês? (e mostrou, uma a uma, as páginas). Cada página pesa 10 gramas. Sabes dizer-me quantos gramas pesa o jornal todo? O rapazinho pensou e disse: - 200 gramas.

Não, disse o professor. Pensa lá bem: dez páginas, dez gramas cada. Logo…

O aluno repetiu: - 200 gramas.

Então, o professor fez uma pergunta crucial: Por que dizes tu 200 gramas?

E o aluno esclareceu: - Porque o jornal está impresso dos dois lados!

Às vezes, é preciso perguntar …”