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É possível haver formação de professores?
José Janela A formação inicial de professores deixou de ter qualidade em Portugal: essa é a ideia que quiseram fazer passar as últimas ministras da educação e o atual ministro. Se assim não fosse como explicar a existência de uma prova de acesso à profissão docente após a conclusão de uma profissionalização? O argumento utilizado para a realização de um exame de acesso à profissão é que alguns cursos não têm qualidade. Mas então a quem cabe a avaliação dos cursos do ensino superior? Neste momento, Nuno Crato tem entre as mãos o Ministério da Educação e Ciência (MEC) que tutela o ensino superior que administra a formação inicial dos Educadores de Infância e dos Professores do Ensino Básico e Secundário. Exigir a realização de uma prova de acesso à profissão é passar um atestado de menoridade às universidades e politécnicos e ao próprio MEC que tem a competência homologar os cursos e que tem um papel na avaliação das próprias instituições do ensino superior, de que o MEC desconfia. Formação Contínua A formação contínua deve ser colocada ao serviço da elevação da qualidade da escola pública e da melhoria do desempenho docente. Os princípios importantes para a FENPROF no domínio da Formação Contínua são os seguintes:
Este Estatuto da Carreira Docente (ECD) serve para a formação contínua dos professores e educadores? Há uns anos os docentes tinham 8 dias por ano destinados à formação. Com este ECD ficaram com apenas 5 dias, que ainda por cima só podem ser utilizados durante os períodos de interrupção de actividades lectivas. Os docentes deixam assim de poder participar na maioria dos seminários, congressos e demais iniciativas que os enriqueciam cientifica e pedagogicamente. Mesmo não sendo creditados para efeitos de progressão na carreira, muitos eventos têm interesse para a formação pessoal. Mas este ECD dificulta ao máximo essa participação tornando-a impossível na maioria das vezes. Também neste aspecto o ECD tem de ser alterado para servir a qualidade do ensino. "A formação contínua de professores assume uma importância crucial. Por aqui pode passar um esforço de renovação, com consequências para os programas de formação inicial, o estatuto da profissão, a mudança das escolas e o prestígio social dos professores". António Nóvoa
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